domingo, 5 de agosto de 2012

Olho o mar

Olho o mar,
lançando-se em ondas
incessantes, incansáveis
- sempre e sempre -
de encontro ao rochedo frio,
indiferente,
como se tentasse, inutilmente,
envolvê-lo
num abissal abraço...

Também meu tolo e incansável coração
- mar de carinho, de amor, de bem-querer -
vive a lançar-se,
teimosa e inutilmente,
de encontro à pedra fria,
indiferente,
que é teu coração...

... invejo o mar
porque ele nada sente,
e, assim,
não se fere nesse embate...

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